Está escrito, no preâmbulo do estatuto da Organização Mundial de Saúde: “A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doenças”.
Atualmente, o mundo passa por transformações de todas as ordens, que afetam principalmente nossos padrões de vida e saúde mental. Com isso, hoje, temos novas doenças, como o estresse, as síndromes, transtornos e as fobias, que mudam completamente os conceitos sobre saúde e doenças.
Os diversos nomes que as terapias têm recebido, no decorrer do tempo, variam como: alternativas, complementares, naturais e holísticas. Na verdade, esses são termos usados para designar determinado método, que trata o homem como um todo, objetivando o seu bem-estar, através do equilíbrio entre corpo, mente e alma.
No dicionário¹, corpo significa qualquer porção de matéria que forma um todo distinto; a parte material do homem ou do animal; aquilo que constitui a essência de alguma coisa. Alma é a essência imaterial do ser humano; princípio vital, conjunto das faculdades intelectuais e morais do homem; espírito humano; energia. E a mente é o intelecto; inteligência; alma; memória; entendimento.
Quando falamos do todo, ou seja, do holismo, não estamos falando de religião, e sim dos aspectos inerentes ao homem. De acordo com o filósofo José Maurício Cardoso do Rego, podemos dizer que o corpo é a parte material, a parte física, que precisa enfrentar os vícios e os percalços da vida. E você tem a alma, que nessa relação de separação é a entidade espiritual, o prolongamento espiritual do corpo físico. E nessa relação podemos colocar a separação da mente, que na verdade é a característica pensante do homem e aquilo que dá sentido à vida e que o separa dos outros animais.
Hoje, há uma busca incessante pelo elixir da vida, por novas maneiras de cuidar da saúde, com novas tecnologias e até o resgate de antigas técnicas, que remontam a própria antiguidade, como a fitoterapia, que foi o primeiro contato do homem com a natureza para sua autocura.
Egípcios, gregos, chineses, indianos, tibetanos, índios, havaianos, japoneses e outros povos, estudaram e se utilizaram destas terapias para a sua cura. Portanto, essas terapias “alternativas”, “holísticas”, ou como você quiser chamá-las, vêm resgatar os fundamentos dessas práticas milenares, que vão buscar na natureza a cura completa do indivíduo.
Platão defendia o bem-estar holístico, afirmando que: “A cura da parte não deve ser tentada sem o tratamento do todo. Não devem ser feitas tentativas de curar o corpo sem a alma, e se a cabeça e o corpo devem estar saudáveis, é preciso começar curando a mente, pois o grande erro do homem, no tratamento do corpo humano, é que médicos primeiro separam a alma do corpo”.
A mente é de vital importância à saúde. Estados emocionais desencadeiam reações, que afetam a química do nosso corpo físico. Os nossos sistemas, nervoso e imunológico, reagem aos sinais químicos, ativados por nossos pensamentos e emoções.
As terapias holísticas também podem ser usadas como opções de tratamento, como por exemplo, a acupuntura, que hoje já está regulamentada pela medicina, e é recomendada para alguns casos, como o bico-de-papagaio, que dentro da medicina tradicional não teria cura.
Atualmente, temos um número crescente de terapias holísticas, já passando de 1.000 opções, visando tratar o ser como corpo, mente e espírito. O Brasil está ofertando 29 práticas integrativas pelo SUS, entre elas: Yoga, Dança Circular, Reik, Terapia Floral, Fitoterapia, Aromaterapia, Medicina Tradicional Chinesa, Cromoterapia, Meditação, Acupuntura, Reflexologia, entre outras.
O importante a ressaltar é que, cada vez mais, as pessoas estão buscando essas terapias, mas embora naturais, elas podem ser nocivas e podem causar problemas sérios à saúde, quando realizadas de forma errada. Portanto, é imprescindível que os profissionais da área, estejam devidamente habilitados e capacitados, para oferecerem essas terapias, pois cada paciente necessita de uma dose certa, seja ela, na medicina tradicional ou na holística.
¹FERNANDES, Francisco. Dicionário Brasileiro Globo. 30ª ed. São Paulo: Globo, 1993, p 254, 106 e 476, respectivamente.