O reencontro da medicina natural com a medicina tradicional

O fato de os cientistas ocidentais estarem hoje, se curvando à associação entre a emoção e a saúde, não é nenhuma novidade para os adeptos da medicina natural, que incorpora este conceito há mais de 5 mil anos. Para os especialistas dessa linha, não há e nunca houve separação entre o corpo e a mente. Para eles, a doença sempre tem o lado físico e o lado mental. Às vezes, é um problema emocional que gera o mal. Outras, é a enfermidade que gera um desequilíbrio mental.

O termo, psicossomático surge exatamente por essa relação entre as emoções e a saúde. A questão é que quando falamos de emoção, não estamos lidando com um grande mercado de medicamentos, que são os maiores financiadores desta área de pesquisa. Mas hoje, no mercado, existe a competitividade dos diversos tipos de tratamentos, sejam esses naturais, alopáticos ou sintéticos, e isso se deve também a termos o acesso rápido às informações e aos conteúdos científicos, através da internet e da própria mídia.

A medicina natural, também chamada de naturopatia, é uma medicina alternativa complementar, que enfatiza a capacidade intrínseca do corpo para curar-se e manter-se, sendo considerada também uma medicina preventiva. Esses tratamentos buscam elementos na natureza e se utilizam desses recursos naturais para a cura.

Os toques, as massagens, as ervas e os alimentos são utilizados nesses tratamentos, ao invés de fármacos sintéticos e cirurgias, que incluem muitas modalidades, tendo sempre uma abordagem holística, isso é, do todo do indivíduo. Esse tipo de prática, aborda o paciente como se fosse único, e os tratamentos são específicos para cada pessoa.

Segundo os preceitos de Hipócrates: o corpo não é só um conjunto de órgãos, mas uma unidade viva, que cada indivíduo regula e harmoniza. Para Drauzio Varella, renomado médico do nosso país, em entrevista dada ao Jornal “O Estado de S. Paulo”, o médico tem que oferecer tratamento aos pacientes, apresentando as vantagens e os inconvenientes de cada escolha. O diagnóstico deve ser dado depois de ouvi-lo, saber o que pensa e que medos tem.

“Qualquer ato que dê prazer ajuda as células do sistema imunológico a libertar endorfina, substância que combate a dor e é semelhante à morfina. Desse modo, a qualidade funcional desse sistema melhora, aumentando à resistência do corpo às doenças”, explica o médico Artur Timerman, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo.

Nos últimos anos, é crescente essa inter-relação entre a medicina natural e a tradicional. Existem até universidades de medicina que já trazem os tratamentos alternativos à grade de seus cursos. Há médicos que já dão assistência ao paciente, acompanhada juntamente com a medicina natural.

“Embora, a medicina ainda esteja vinculada aos ditames científicos, vai ela estendendo o seu horizonte de pesquisas, revisando antigas práticas de tratamento, e quando encontram nela bases de credibilidade e experimentação, as terapias vão sendo incorporadas à ortodoxia oficial, como a acupuntura, a hipnose médica, a hidroterapia, a musicoterapia, entre outras”, revela o médico Hugo Di Domenico.

Ainda de acordo com Hugo, dentro dessa conceituação, as práticas de yoga, meditação, respiração, esportes, dietas estabelecidas, florais, ervas medicinais, toques, entre outras, quando bem orientadas e utilizadas, representam valores que devem ser conservados, adaptados às condições atuais, melhorados e aplicados, em benefício de todos.

Portanto, essa medicina natural consiste na experiência adquirida no contato íntimo e constante do homem com a natureza e com as necessidades de cada época, que foi crescendo em sabedoria e na arte de curar, e com certeza esses conhecimentos, sem sombra de dúvida, são as raízes da nossa medicina tradicional, tal e qual ela se apresenta hoje.

Myriam Filippi
Yogaterapeuta, instrutora de Hatha Yoga, atriz, gestora educacional, terapeuta reikiana e holística, escritora, jornalista e buscadora.
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